Olhares Brasil

Olhares Brasil

Entre as novidades do 8º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba está uma mostra muito especial: a Olhares Brasil. Justamente quando o cinema brasileiro vem sofrendo uma série de ataques e desvalorizações, a seleção demonstra não só a variedade de linguagens e temáticas, mas também o grande alcance das obras aqui produzidas.

Os filmes selecionados pela equipe de curadoria estiveram na última edição do Festival de Berlim, passaram pela Mostra de Tiradentes, Festival de Brasília e outros. São cinco longas-metragens e quatro curtas.

Diretamente da capital alemã, a Olhares Brasil apresenta ao público do festival “Estou me Guardando para quando o Carnaval Chegar”, dirigido por Marcelo Gomes, sobre uma pequena cidade no Agreste pernambucano considerada a capital nacional do jeans. O documentário sobre o capitalismo moderno esteve no festival É Tudo Verdade e na mostra Panorama da Berlinale.

“Estou me Guardando para quando o Carnaval Chegar” 2019

Também da Berlinale, o Olhar de Cinema apresenta “Rosa Azul de Novalis”. Fruto da parceria entre Gustavo Vinagre e Rodrigo Carneiro, o longa apresenta ao público Marcelo, com suas histórias de vida e de vidas, em narração, imaginação e representação. O filme também fez parte da seleção da Mostra Aurora, na 22ª Mostra de Tiradentes.

Da mostra na histórica cidade mineira chega também uma pequena pérola: o filme “Bimi Shu Ykaya”, dirigido por Isaka Huni Kuin, Zezinho Yube Huni Kuin e Siã Huni Kuin, sobre a primeira mulher indígena a organizar a sua própria aldeia.

Outro filme que passou por Tiradentes, mas também esteve em vários outros festivais do Brasil, é o baiano “Ilha”, segundo longa-metragem da dupla Ary Rosa e Glenda Nicácio. O passeio entre vida e encenação, unindo experimentações narrativas ao que há de mais usual na linguagem, também esteve no 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, e levou os prêmios de melhor ator, para Aldri Anunciação, e melhor roteiro, escrito pela dupla de diretores.

“Ilha” 2018

O documentário “Bloqueio”, dirigido por Quentin Delaroche e Victória Álvares, também chega do festival brasiliense e encontra na urgência seu destaque. As lentes da dupla exploram a paralisação nacional de caminhoneiros acontecida em maio de 2018.

Para completar a seleção de curtas-metragens que chamaram a atenção por onde passaram e que trazem questões pessoais e identitárias relevantes, além de questionar essa relação do ser com o ambiente onde ele está inserido e a realidade que é obrigado a vivenciar. São eles: o paulista “Antes de ontem”, de Caio de Nóbrega Franco; o baiano “Um ensaio sobre a ausência”, de David Aynan; o fluminense “Prefiro não ser identificada”, de Juliana Muniz, e o mineiro “Vaga Carne”, de Grace Passô e Ricardo Alves Jr.

O 8º Olhar de Cinema tem duas comissões de curadoria, a de longas-metragens é composta por Carla Italiano, Eduardo Valente e Aaron Cutler, a de curtas-metragens, coordenada por Marisa Merlo é composta por Carol Almeida, Camila Macedo e Kariny Martins. A direção geral e artística do festival é de Antônio Junior.

Confira a lista completa de filmes selecionados para a mostra Olhares Brasil:
Ilha (dir. Ary Rosa, Glenda Nicácio, 2018, 94 min)
Rosa Azul de Novalis (dir. Gustavo Vinagre e Rodrigo Carneiro, 2019, 71 min)
Estou me Guardando para quando o Carnaval Chegar (dir. Marcelo Gomes, 2019, 86 min)
Bloqueio (dir. Quentin Delaroche e Victória Álvares, 2018, 76 min)
Bimi Shu Ykaya (dir. Isaka Huni Kuin, Zezinho Yube Huni Kuin, Siã Huni Kuin, 2019, 52 min)
Vaga Carne (dir. Ricardo Alves Jr. e Grace Passô, 2019, 45 min)
Antes de Ontem (dir. Caio da Nóbrega Franco, 2019, 7 min)
Um ensaio sobre a ausência (dir. David Aynan, 2018, 15 min)
Prefiro Não ser Identificada (dir. Juliana Muniz, 2019, 20 min)

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